Os pais Mary e Jeremy Cox, de Indiana, Estados Unidos, perderam a guarda do filho após se recusarem a usar pronome feminino para se referir ao menor, que se identifica como menina.
“Como um pai, eu acredito que um dos meus principais objetivos é manter meus filhos seguros e não posso fazer isso quando o Estado entra em nossa casa e leva nosso filho porque não podemos, em sã consciência, afirmar sua identidade de gênero”, disse Jeremy ao canal do YouTube, “Indiana Family Institute”.
“Isso causou um enorme buraco em nossos corações. Nossa família o ama e iremos sempre orar por ele”, acrescentou Mary.
O casal solicitou à Suprema Corte dos EUA que revisse o caso depois que o filho foi levado de casa pelo Departamento de Serviços Infantis de Indiana (DCS), em junho de 2021.
Segundo o Indiana Family Institute (IFI), que está apoiando o caso dos pais, o DCS começou a investigar a família Cox depois que o filho decidiu começar a se identificar como menina.
O tribunal de primeira instância retirou a criança da custódia dos pais, alegando preocupações sobre o bem-estar do menor num ambiente que não afirmava a sua identidade de gênero.
A decisão foi mantida pelo Tribunal de Apelações de Indiana, que decidiu que a restrição à instrução religiosa dos pais era permitida pelas constituições estaduais e federais.
Então, quando a Suprema Corte de Indiana se recusou a revisar o caso, o casal buscou a intervenção da Suprema Corte dos EUA.
Mary contou que o filho passou cerca de 18 meses longe e para vê-lo, eles têm restrições, onde só podem permanecer com ele num período de três horas por semana.
“Então, como mãe, ter acesso limitado a seu filho é de partir o coração. Sinto falta dele, sinto falta de passar tempo com ele”, afirmou ela.
E continuou: “Há tantas coisas que somos para nossos filhos, não apenas seus primeiros professores, mas seus primeiros amores. Nunca recuperaremos esse tempo perdido”.
O Conselheiro Geral da IFI, Josh Hershberger, apresentou uma petição que defende a proteção dos direitos dos pais, da liberdade de expressão e do livre exercício da religião.
“Nenhum outro pai deve perder a custódia de seu filho ou enfrentar o governo por causa de suas crenças religiosas. Mary e Jeremy Cox esgotaram todos os outros recursos e estão seriamente preocupados com a possibilidade de o estado de Indiana vir buscar seus outros filhos. A intervenção deste Tribunal é necessária”, afirmou a petição.
“Não buscamos uma linguagem de gênero com nossos filhos, porque primeiro, como cristãos, acreditamos que Deus nos criou como homem e mulher. E como pais, é nosso trabalho ajudar nossos filhos a alcançar seu potencial e a única maneira que achamos de fazer isso é criar nossos filhos através de nossos princípios cristãos”, disse a mãe.
“E em segundo lugar, não adotamos essas ideologias porque fizemos muitas pesquisas sobre esse assunto e entendemos que isso não iria ajudar nosso filho”, acrescentou o pai.
Alegações da justiça
Este caso gerou polêmica no estado de Indiana, onde os direitos trans e os direitos dos pais são temas muito debatidos.
O portal USA Today informou que o desentendimento dos pais com o filho, identificado como AC nos autos do tribunal, supostamente levou a um grave distúrbio alimentar e ao auto-isolamento. Fatores que contribuíram para a decisão do tribunal.
Durante uma audiência em junho de 2021, Mary e Jeremy mostraram ao tribunal documentos que comprovavam que eles haviam consultado um especialista em transtornos alimentares e também procuravam um novo terapeuta para o filho.
Apesar da rejeição das alegações de abuso por parte do DCS, o tribunal manteve a decisão de não devolver a criança aos pais.
O Gabinete do Procurador-Geral de Indiana, que defende a DCS neste caso, pediu mais tempo (até fevereiro) para responder à petição dos pais.
“Estamos falando sobre este caso agora, porque os direitos dos pais precisam ser protegidos em Indiana. Nossa família nunca deveria ter passado por isso e não queremos que nenhuma outra família em Indiana passe por isso”, disse Mary.
“Os direitos dos pais deveriam ser protegidos tanto pela lei, quanto pela cultura”, concluiu o pai.
Segundo o The Christian Post, o resultado deste caso poderá ter implicações para os direitos dos pais nos EUA. A Suprema Corte deverá decidir até abril se aceitará o caso.
A IFI, afirmou: “O direito e a responsabilidade dos pais – e não do Estado – de criar os seus filhos de acordo com as suas crenças é um princípio bíblico e pré-político que deve ser protegido na lei de Indiana”.
E citaram o texto bíblico em Efésios 6:4: “Pais, não provoquem a ira de seus filhos, mas criem-nos na disciplina e na instrução do Senhor”.
Publicada por: RBSYS
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