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Maduro patrocina reformas em igrejas evangélicas de olho nas eleições da Venezuela

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Maduro patrocina reformas em igrejas evangélicas de olho nas eleições da Venezuela

Com a aproximação das eleições presidenciais na Venezuela, que estão programadas para o final deste ano, o líder esquerdista Nicolás Maduro decidiu agir hipocritamente junto aos eleitores evangélicos com o objetivo de atrair o apoio dos cristãos.

A jogada do ditador venezuelano tem sido patrocinar reformas nas igrejas, como feito na comunidade liderada pelo pastor Wenceslao Méndez, que opera com poucos recursos.

De acordo com o NPR, o pastor utiliza uma bicicleta como meio para atrair pessoas para seus sermões em uma cidade no oeste da Venezuela, transmitindo sua mensagem através de um sistema de som instalado no guidão. Ele prega em um barraco de um único cômodo, ainda em fase de construção.

No decorrer do último ano, a igreja de Méndez recebeu apoio do governo venezuelano. Foram fornecidos gratuitamente sacos de cimento, blocos de concreto e latas de tinta amarela para a ornamentação do prédio. Além disso, estão a caminho 60 cadeiras de plástico para acomodar os fiéis.

“Antes nem tínhamos telhado”, diz Méndez enquanto mostra seu altar recém-pintado.

Essas e outras doações a igrejas evangélicas fazem parte de uma campanha agressiva liderada pelo líder autoritário Nicolás Maduro, para garantir o apoio para permanecer no poder para um próximo mandato de seis anos.

‘Minha Igreja Bem Equipada’

O programa denominado "Minha Igreja Bem Equipada" está promovendo reformas em milhares de igrejas evangélicas em todo o país. O governo Maduro também está fornecendo pequenos subsídios em dinheiro a 13 mil pastores e comprometeu-se a construir uma universidade evangélica.

O filho do ditador, também chamado Nicolás, foi designado como vice-presidente de assuntos religiosos do Partido Socialista, atualmente no poder, e mantém reuniões regulares com pastores evangélicos.

O regime permitiu que partidos políticos evangélicos, como El Cambio ("Mudança"), operassem, enquanto reprimia os partidos da oposição. Em janeiro de 2023, Maduro realizou uma cúpula televisionada com pastores evangélicos, na qual declarou: "Eu também sou pastor; o grande pastor da Venezuela".

Recursos públicos

Esse envolvimento com os evangélicos, que representam 13% da população, de acordo com uma pesquisa de 2020, pode parecer incomum, considerando a associação de longa data da fé com políticos conservadores e causas sociais, que se utilizam de recursos públicos para manter comunidades cativas.

Em contraste, Maduro, que se identifica como líder de esquerda, afirma estar liderando uma revolução socialista que se assemelha ao modelo de Cuba comunista. Além disso, seu mentor e antecessor, o falecido Presidente Hugo Chávez, frequentemente entrava em conflito com líderes religiosos, embora direcionasse grande parte de sua crítica aos clérigos católicos romanos que criticavam os esforços de seu governo para consolidar mais poder.

Em um discurso de 2007, por exemplo, Chávez referiu-se aos bispos católicos do país como "demônios" e "vagabundos".

Chávez morreu de câncer em 2013. Desde então, Maduro tem restringido as liberdades democráticas na Venezuela e levado o país à sua pior crise econômica da história. Essas ações o tornaram profundamente impopular, especialmente em um momento em que Maduro se compromete a realizar eleições presidenciais livres e justas ainda este ano.

Se essas eleições ocorrerem conforme prometido, isso poderá persuadir o governo dos EUA a levantar permanentemente as sanções contra o governo de Maduro, que têm paralisado a vital indústria petrolífera do país. Embora os EUA tenham suspendido temporariamente a maior parte dessas sanções em outubro, a administração Biden ameaçou reimplementá-las se Maduro não conseguir realizar eleições limpas.

‘Credibilidade religiosa’

Analistas afirmam que em uma disputa direta contra a líder da oposição María Corina Machado, que está lutando contra os esforços do governo para excluí-la das eleições presidenciais, Maduro estaria em desvantagem – e é por isso que ele está se aproximando dos evangélicos.

Depois de romper relações com muitos católicos, que representam 71% da população, conforme a pesquisa de 2020, "o governo precisa de algum tipo de credibilidade religiosa", afirmou Iraní Acosta, diretor da estação de rádio Fé e Alegría, localizada no oeste da Venezuela e afiliada à Igreja Católica. "Este é um país de crentes."

Na conferência evangélica de Maduro, os pastores estiveram plenamente do lado do presidente. Enrique Villalba, que dirige uma das maiores igrejas evangélicas da Venezuela, disse a Maduro: “Estamos orando por você e sua família”.

O mesmo acontece com Méndez, o pastor da igreja parcialmente construída em Barinas.

Ele reconhece que a Venezuela enfrentou tempos extremamente difíceis sob Maduro, mas acredita que a maioria dos fiéis votará nele. Para ele, o fato de Maduro ainda estar no poder prova que "Deus está do seu lado".


Publicada por: RBSYS

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